Escoliose em idade escolar
O
excesso de peso e o transporte inadequado do material escolar, a ausência de
atividade física específica, os mobiliários não adequados à necessidade do
escolar e posturas incorretas adotadas durante as aulas e em período extraescolar,
são fatores predisponentes ou agravantes da escoliose em escolares (CARENZI et
al., 2004).
De acordo com Pinho e Duarte
(1995) a criança em idade escolar permanece por várias horas sentada numa
posição incorreta, utilizando carteira imprópria que provoca enfraquecimento da
musculatura abdominal e dorsal.
É necessário estar atento tanto na
maneira que o aluno senta e posiciona os pés (altura da cadeira), quanto na
maneira como ele se desloca (desequilíbrio dinâmico) na quadra, na pista, pois
os pés são chamados de “tampão central” e fazem a fixação final, além de terem
a capacidade de memorizar todo o desequilíbrio do corpo tentando, de uma forma
ou de outra, reequilibrar a postura. Este sistema é, portanto, capaz de
funcionar em seu desequilíbrio, mas incapaz de corrigir-se sozinho (PROGRAMA
POSTURAL, 2008).
Segundo Knoplich (1997) há uma
série de exercícios de ginástica, chamados corretivos que auxiliam a não
progressão da curva escoliótica e fortalecem a musculatura paravertebral,
impedindo que o jovem venha a se tornar um adulto com dores crónicas nas
costas. O autor ressalta ainda que o interesse dos jovens por
esses exercícios dependerá dos pais com ajuda dos profissionais de saúde e do
professor de Educação Física.
Em diversos
países, crianças em idade escolar, veem apresentando um aumento considerável de
dores nas costas a ponto de tal situação ser tida como epidémica, mais de 50% das crianças, à partir de 11
anos, tem ou já tiveram dores nas costas. Os fatores que levam a este
aumento são vários e cumulativos ao longo dos anos, fazendo com que 80% da
população adulta chegue a ser afetada por dores nas costas.
Perez (2002)
informa que é entre os 07 e os 14 anos de idade, a postura da criança sofre
grande transformação na busca do equilíbrio compatível com as novas proporções
de seu corpo. Nessa idade em que sua mobilidade é extrema, associado ao
surgimento das hormonas sexuais, a postura adapta-se às atividades que ela está
desenvolvendo.
Salate (2003)
assinala que a deteção da escoliose em fase inicial, antes da ocorrência de uma
rotação significativa, poderá resultar em prevenção de anormalidades estéticas
percetíveis, dor e complicações cardiopulmonares e neuromusculares, além de
menor custo final de tratamento.
A escoliose idiopática do adolescente é definida
como uma curva lateral e rotacional da coluna vertebral, medindo pelo menos 10
graus, determinados pelo método de Cobb. É uma
deformidade da coluna, da caixa torácica e da cintura pélvica. Como o próprio nome
indica, a etiologia da escoliose idiopática da adolescência é desconhecida e
descrita como multifatorial, e diversos estudos têm mostrado que sua
prevalência é maior no sexo feminino (LOEINSTEIN, 1994).
Segundo Pedras e
Castro (1975 apud CARNEIRO E MOREIRA, 2005), existem diversos tipos de
escoliose, entretanto, a escoliose idiopática do adolescente (de causa
desconhecida) é responsável por aproximadamente 80% dos casos. É mais comum no sexo feminino e seu
aparecimento faz-se mais frequentemente, em torno dos 9 a 13 anos de idade.
A evolução silenciosa (sem dor) desta afeção poderá levar a deformidades que,
necessariamente devem ser evitadas.
Segundo Silva
Filho (1999), não existe uma conscientização por parte de pais e filhos, das
autoridades e de um grande segmento dos profissionais da saúde, sobre a
importância do tratamento precoce para as deformidades da coluna vertebral em
geral. Dificuldade esta que constitui uma enorme barreira, pois não fala-se só
de leigos, mas também de outras pessoas relacionadas à área da saúde.
Os hábitos posturais inadequados são transmitidos
de geração a geração por que as crianças copiam as atitudes adotadas pelos
adultos, sejam elas corretas ou não, e,
posteriormente, as incorporam ou modificam.
Atualmente,
nota-se um crescimento significativo na incidência de problemas posturais em
crianças de todo o mundo, sendo as
causas mais comuns a má postura durante as aulas, o uso incorreto de mochila
escolar, a utilização de calçados inadequados, o sedentarismo e a obesidade
(SANTOS et al, 2009).
Paradoxalmente, é
no período de crescimento que se consegue reverter os problemas surgidos ou não
se deixar instalar lesões apresentadas por esses desvios (SHEPERD, 1995).
De
acordo com Martelli (2004), a idade escolar é a melhor fase para recuperar as
disfunções da coluna, após esse período o tratamento é mais difícil e duradouro.
Orientações quanto à postura adequada na infância ou a correção precoce de
desvios posturais nessa fase possibilitam posturas corretos na vida adulta,
pois esse período é de grande importância no desenvolvimento músculo-esquelético
do indivíduo, com maior probabilidade de prevenção e tratamento dessas
alterações, onde na vida adulta podem se tornar problemas tão graves que chegam
a ser irreversíveis e sem tratamento específico.
FONTE: Tamyres
Bindá Dias e Dayana Priscila Maia Mejia. Incidência de escoliose em crianças de 12 a 15 anos em idade.
Pós-graduação em Fisioterapia em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com
ênfase em Terapia Manual – Faculdade Ávila